sexta-feira, 8 de julho de 2011

Frase do dia: Vida após a morte

Depois de um longo tempo sem postagem de frases, vai uma do cosmólogo e físico teórico Stephen Hawking; um dos cientistas mais consagrados da atualidade.


"A vida após a morte é um conto de fadas para quem tem medo de morrer." Stephen Hawking.


Uma frase corajosa para quem é covardemente acusado de ser culpado pela própria doença por fanáticos religiosos, simplesmente por não crer na existência de divindades.

terça-feira, 5 de julho de 2011

A ATEA lança a primeira campanha ateísta do Brasil

A ATEA (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) lançou a primeira campanha publicitária voltada para a divulgação do pensamento ateísta. As peças publicitárias foram divulgadas em outdoors da cidade de Porto Alegre, e visam diminuir o preconceito contra a minoria, de acordo com pesquisas, mais odiada do Brasil.

Cartazes divulgados pela ATEA.

Leia mais nos links:

E no site da associação:

Vida 2.0: o primeiro ser artificial

Definir o que é vida é bastante complicado. Basta perceber que um grupo inteiro de seres não “respeita” as definições que temos da vida; são os vírus, organismos acelulares e sem metabolismo próprio, mas portadores de material genético.

Representação do vírus da AIDS; um organismo acelular.

Apesar de não podermos separar de forma eficiente os seres animados dos brutos, a vida sempre me encantou. É talvez esse limiar que gera inquietação e leva algumas pessoas a estudar biologia (bios=vida; logos=estudo).
Em 1953, as perguntas corretas levaram os pesquisadores Watson e Crick à descoberta da estrutura da molécula de DNA (ácido desoxirribonucléico). O código da vida seria desvendado. Agora sabemos que todos os seres vivos possuem um manual de instruções de como montar escrito nas letras A, T, C e G (adenina, timina, citosina e guanina) em um livro de milhões de páginas, guardado no interior das células.

A molécula de DNA; o código de barras da vida.

As aplicações da descoberta da estrutura do DNA foram gigantescas. Desde os testes de paternidade ao projeto genoma humano, passando pelos transgênicos e a terapia gênica. Não demoraria para que começássemos a nos perguntar: Seria possível criar vida em laboratório? Eis que o genial badboy das ciências biológicas, Craig Venter, surge em cena.

As implicações da descoberta da estrutura do DNA.

Venter é bastante criticado por seus colegas, pois visa quase que exclusivamente o lucro em suas pesquisas. Desta vez não seria diferente. Como um Bill Gates da biologia, Venter criou o que podemos chamar de Windows vivo. Vamos primeiro entender sua pesquisa para depois discutir as implicações.

Um sistema operacional vivo.

Venter mapeou o genoma da bactéria Mycoplasma mycoides. Em laboratório, deletou sequências que possibilitavam a bactéria causar doença, e inseriu algumas sequências “artificiais” em sua quimera unicelular. Dentre as sequências inseridas estão, de forma codificada, um site secreto, que se descoberto por outros pesquisadores, possibilita que entrem em contato com a equipe, além do nome das pessoas que participaram do estudo.
O genoma sintetizado foi inserido em célula de Mycoplasma capricolum sem DNA próprio (foi previamente retirado), e voilá. As proteínas produzidas eram de acordo com o DNA artificial. A equipe batizou o invento digno de Mary Shelley de Mycoplasma laboratorium.

Craig Venter e sua bactéria sintética; um verdadeiro monstro de Frankenstein unicelular.

Tudo bem, podemos concordar que Venter utilizou muita “matéria prima” dos próprios seres vivos (a sequência de DNA da bactéria original, a célula da segunda bactéria); mas mesmo assim, foi a primeira vez que um ser vivo teve seu DNA totalmente montado em laboratório. Um grande feito!

O experimento: 1- o DNA da Mycoplasma mycoides foi codificado; 2- Nucleotídeos são utilizados na produção de uma nova fita; 3- A sequência obtida foi sintetizada em um novo genoma (com algumas alterações, como o nome dos pesquisadores codificado); 4- O genoma sintético é inserido em uma Mycoplasma capricolum com o DNA próprio previamente retirado; 5- Mycoplasma laboratorium; 6- Todas as proteínas produzidas pela nova bactéria são idênticas às da primeira.

Dá para imaginar as aplicações? A bactéria sintética teve boa parte de seu genoma, a parte que não era essencial, deletada. Seu gasto de energia é o básico para se manter viva. Um organismo perfeito para os engenheiros genéticos.
Imagine a seguinte situação hipotética: Sou um produtor de álcool, e preciso de um organismo que fermente a cana eficientemente. Basta inserir o gene para fermentação na bactéria sintética. Agora imagine alguém que queira produzir insulina para diabéticos, ou hormônio do crescimento, ou fatores de coagulação para hemofílicos. As possibilidades são enormes. Venter criou um sistema operacional básico da vida; o comprador apenas "instala os programas" (genes) que quer usar.
Como esperado, o setor da sociedade que mais causou alvoroço foi a igreja. Não faltaram líderes religiosos para acusar Venter de brincar de deus. Reza a lenda, que para eles Craig respondeu: _E quem disse que estou brincando?